9.11.07

Razão de Ser

Por que razão, quando olhamos para trás, o que era bonito se torna disforme? Contudo, fomos felizes. Por vezes, quando o final é doloroso, a recordação trai a felicidade. Por que razão aquilo que foi bom se transforma, na nossa memória, em algo doloroso, quando o momento final é mau e suprime todos os bons?

Será que é isso que nos impela a querer acabar com a felicidade antes de ela terminar, para que as únicas recordações que possamos guardar sejam positivas e possamos dizer que fomos inteiramente felizes? Até que ponto não deveríamos acabar com um momento de bem-estar nas nossas vidas quando ele está no seu pico, para que não pudéssemos ter tempo para nos desiludirmos ou fartarmos?

Isso levar-nos-ia a viver apenas por instantes, a fugir após o pôr-do-sol, esquecendo o jantar à luz das velas na possibilidade de ele correr mal? Quem sabe, se um dia não ficaríamos satisfeitos com uma troca de olhares, perante o pavor de uma relação de enganos?
Assim, acabaríamos por deixar de viver... e isso eu não quero. Prefiro sofrer porque fui feliz, do que viver na ataraxia..
(Mariana Arnaut)

8.11.07

Doubts

Yesterday, I was faced with what I consider one of the most difficult questions of my life: what do you want to do in the Future? I had only one evening to decide whether or not I wanted to go to Germany. Lots of questions crossed my mind. Lots of incertainties. Lots of doubts.

Descartes assures us of having found, at last, the certainty of doubt: doubt is a thought, and in the instant I doubt, I cannot doubt that I am thinking the doubt. In my opinion, Descartes confuses us with this statement. So, I found that I had even more doubts than what I thought.

Anyway, after long talks with my family, my friends, after some tears, some blackouts, I made my mind up. And my decision came: I'm not gonna take off right now.

7.11.07

Ladybugs do it

I would have given you all of my heart
but there's someone who's torn it apart
and he's taking almost all that I've got
but if you want, I'll try to love again
baby I'll try to love again but I know

The first cut is the deepest, baby I know
The first cut is the deepest
'cause when it comes to being lucky he's cursed
when it comes to lovin' me he's worst
but when it comes to being loved he's first
that's how I know

The first cut is the deepest, baby I know
The first cut is the deepest

I still want you by my side
just to help me dry the tears that I've cried
cause I'm sure gonna give you a try
and if you want, I'll try to love again
but baby, I'll try to love again, but I know

The first cut is the deepest, baby I know
The first cut is the deepest

'Cause when it comes to being lucky he's cursed
when it comes to lovin' me he's worst
but when it comes to being loved he's first
that's how I know

The first cut is the deepest, baby I know
The first cut is the deepest

5.11.07

Desespero

Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.
José Carlos Ary dos Santos

Todo o Parafuso....

... tem pelo menos uma Porca.

2.11.07

Loucas Noites...

"Uma dor de cabeça gigante acorda-me à bruta. O corpo que me carrega ferve tanto que parece uma destilaria de whisky escocês. Um cheiro pestilento teima em galopar pelas narinas acima. O cérebro lateja, ou será falta de massa encefálica?

Isto foi tudo provocado por mim? Que nojo! Nunca, mas nunca mais bebo. Que grande desgraça.

Está escuro, mas conseguem-se ver as frinchas dos estores do meu quarto. Engraçado.... ontem o quarto não tinha estores, nem nenhum mapa mundo pendurado na parede cheio de pioneses fluorescentes.

Aiiiiiiiiiiiiiiiii! Grande merda! O quarto não é meu!"

(by Maria Veloso)